Látex Free: medicina livre de látex para pacientes alérgicos


A alergia ao látex deve ser observada e controlada com cuidado

A borracha natural de látex, ou simplesmente látex, é um elemento que está muito presente em nosso dia a dia. Ele entra na composição de diversos produtos que utilizamos em casa, no trabalho e lazer, como luvas, balões e camisinhas. O que é pouco comum, mas acontece e deve ser levado em consideração, é que algumas pessoas desenvolvem uma alergia ao material.

Existem dois tipos de alergias: a tipo 4, dermatite de contato, e a tipo 1, de reação imediata. A primeira é mais localizada e causa desconfortos como vermelhidão, coceira e até pequenas feridas na região da vagina ou do pênis. Já a de tipo 1 é mais grave e pode provocar rinite, asma e até choque anafilático. A irritação pode ocorrer em cinco minutos após o contato com o produto do látex, e as erupções cutâneas acontecem após 60 minutos.

Atualmente já existem no mercado itens pensados para o público intolerante ao elemento. “No caso da camisinha ela deve ser substituída por opções látex-free feitas com material como o poliuretano. Além disso, em alguns casos pode ser preciso tomar medicamentos, como corticosteroide e anti-histamínicos”, explica o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana Recife. Outra preocupação é quanto a procedimentos cirúrgicos, já que a maioria dos instrumentos utilizados possuem látex.

De acordo com o urologista, a solução para esses casos é conduzir os pacientes para salas especiais que também seguem o formato látex-free. “Nela, tudo é substituído por objetos alternativos feitos de silicone ou metal. As luvas, por exemplo, são trocadas por luvas de nitrilo ou silicone”, explica o médico. “Recentemente realizamos uma prostatectomia robô assistida em um paciente alérgico a todo e qualquer tipo de borracha. O cuidado tem que ser intenso e deve-se seguir normas internacionais de desinfecção e protocolos instrumentais especiais, pois se a pessoa tiver contato com o material, pode gerar complicações na cirurgia”, revela Maia. 

Matéria feita por Manu Ferreira em entrevista ao Médico Guilherme Maia


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