Doença, que atinge até 40% dos homens acima dos 50 anos, pode ser tratada com medicamentos ou cirurgia de implante de prótese peniana
A disfunção erétil é o grande temor do homem brasileiro. Presente em quatro a cada dez pessoas do sexo masculino, a doença, popularmente conhecida como impotência sexual, caracteriza-se pela incapacidade de obter ou manter uma ereção satisfatória para a atividade sexual. Apesar da gravidade do problema, que se não tratado pode se tornar irreversível, a vergonha afasta os pacientes dos tratamentos e impede que eles tenham acesso às técnicas desenvolvidas para revertê-lo.
Segundo o urologista Filipe Tenório, do Hospital Santa Joana Recife, a ereção acontece quando a primeira camada do vaso sanguíneo libera substâncias que dilatam os vasos permitindo a passagem de sangue nos corpos cavernosos. Quando há alguma lesão nessa camada, seja por diabetes, tabagismo ou pressão alta, os vasos não dilatam e o sangue acaba não chegando ao pênis.
As causas da disfunção podem ser orgânicas ou psicogênicas. “Na orgânica, ela é ocasionada por lesões nas artérias, veias e nervos ou pelo uso de drogas, anabolizantes, bebidas alcoólicas ou cigarro. Já na psicogênica, a impotência é provocada pelo excesso de ansiedade, stress e alto nível de adrenalina, que fecham os vasos sanguíneos impedindo a circulação do sangue no corpo cavernoso do pênis”, revela. A questão psicológica mesmo que não inicial, vai estar sempre envolvida. “Os homens associam a ereção à virilidade e masculinidade, o que gera um grau elevado de auto cobrança. Medo, stress, ansiedade e adrenalina em excesso podem agravar o quadro”, explica Tenório.
Ainda de acordo com o médico, o tratamento pode ser realizado através de terapia psicológica, medicamentos orais, medicamentos injetáveis e com cirurgia, para os casos mais graves em que o paciente não responde aos remédios. “A operação é chamada de implante de prótese peniana. Nela inserimos próteses infláveis ou maleáveis no corpo cavernoso do pênis e elas simulam o funcionamento natural do órgão. A taxa de sucesso e satisfação é altíssima”, esclarece.
É importante ressaltar que o tratamento deve ser realizado precocemente porque a ereção é necessária para o pênis se manter saudável. “Se o paciente passa muito tempo sem ter ereção, as células ficam sem nutrientes e sem sangue rico em oxigênio. Assim, elas morrem e torna-se impossível de reverter”, finaliza Tenório. Além disso, a disfunção erétil pode ser sinal de outras enfermidades mais graves que ainda não se manifestaram no corpo, como, por exemplo, o infarto do coração.
Matéria feita por Manu Ferreira em entrevista ao Médico Urologista Filipe Tenório
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